Aprende com estes erros e não os cometas no teu caminho para o sucesso! Empreendedorismo é sinónimo de aprendizagem constante. Como já diz o ditado, “Pelas costas dos outros se vêem as nossas” - ao longo deste artigo analisamos erros comuns cometidos por empreendedores em fases iniciais e avançadas do seu negócio. Lê este artigo e certifica-te que não será o teu caso!
Não há volta a dar - o conceito "Empreendedorismo" (e em boa verdade, a prática do mesmo), anda de mãos dadas com o "Risco" e o "Erro". Embora também esteja associado a benefícios tentadores, está na hora de tornar esta vertente "assustadora" numa vantagem para quem empreende. Mas como?
Uma característica essencial a qualquer empreendedor é a sua atitude de aprendizagem em função do erro - o importante não é “não errar”, mas sim errar pouco e aprender com os erros. O empreendedorismo ensina-nos a olhar para o erro (nosso e do próximo) como uma oportunidade de aprendizagem. Dado que errar é inerente à ação humana, e sendo um empreendedor alguém que decidiu agir, a lista de erros associada ao empreendedorismo já vai longa.
Assim sendo, vamos aprender com os erros?
- Ter um produto/ serviço desnecessário
Este é, provavelmente, o factor mais importante que um empreendedor deve ter em consideração. Para um negócio ser bem sucedido, é fundamental gerar receitas, mas, para isso, será necessário que alguém compre o produto ou serviço vendido. E porque é que alguém estaria disposto a pagar para isso? Se e só se o produto ou serviço responder (e da melhor forma) a alguma necessidade sentida. Este conceito é muito importante mas não é fácil de aceitar: para empreender, não basta ter competências para algo que se gosta muito de fazer - é necessário compreender que o estamos a fazer para um público o comprar, e que este só o fará se precisar do produto ou serviço em questão. Como diz Dave McClure, fundador da 500 StartUps, “Os clientes não querem saber da sua solução. Querem saber dos seus próprios problemas”.
Não sabes se o teu negócio responde a um problema? Lê o nosso artigo que explica como identificar um problema de negócio.
- Vender um produto/ serviço perfeito
O nosso negócio é a nossa criação, o nosso orgulho. Também é (ou pode ser) fonte de incertezas e alvo de críticas de quem nos é mais próximo. Pelo que é muito frequente o empreendedor aguardar pelo produto ou serviço “perfeito” para o lançar no mercado. Mas a perfeição não existe, e é algo “estático” que não inclui uma evolução associada. Assumir que um produto ou serviço já lançado é perfeito, é igualmente algo a evitar. No mercado evolutivo e tecnológico em que vivemos, o empreendedorismo rege-se pela metodologia do Design Thinking - um negócio tem que ser flexível, preparado para a constante mudança e adaptação, aplicáveis igualmente ao próprio produto ou serviço. Planos de negócio longos, complexos e que assumem uma só versão do produto e do negócio? Não! No momento em que escrevêssemos o último ponto final, já estaria desatualizado.
- Não ouvir e não conhecer em detalhe o cliente
Se empreender implica que outros comprem um produto/ serviço, então é natural que o foco do empreendedor deva recair no(s) público(s) que compra(m) o seu produto - o cliente. O que diz o meu cliente sobre o meu negócio? Como se comporta na loja? Que aspetos tem em consideração antes de comprar um produto? E depois de o comprar? O que o preocupa? O que o satisfaz? Quais os seus interesses e maiores objetivos? Não perceber quem realmente são os nossos clientes é uma das principais causas de falhanço dos negócios (espreita este artigo muito interessante sobre a importância de ouvir os clientes).
O cliente deve ser a fonte número 1 de informação para um empreendedor. Será o cliente que o informará como tornar o produto ou serviço mais atrativo, e porque não está a comprar o seu produto/ serviço. Um negócio não deve ser construído para o cliente - deve ser construído com o cliente: só assim garantimos que desenvolvemos algo que ele valoriza e que irá comprar. Empreendedorismo é igualmente um processo iterativo de procura constante de feedback pelo empreendedor, e de adaptação ao feedback recebido. E este é um processo intemporal, que não termina.
Partilhamos o artigo que escrevemos que te pode ajudar a conhecer mais em detalhe o teu cliente através da construção de uma persona.
- Investimento desajustado
Na Impulso, através do nosso programa Ignição, capacitamos o lançamento de um negócio com baixo custo, e consequentemente, com baixo risco. Se estamos a lançar um negócio, não é necessariamente garantido que tenhamos capital disponível para investir, e isso não tem que ser uma limitação ao empreendedorismo. Pelo contrário, está alinhado com a ideia de construir um negócio e seu produto ou serviço com o cliente - a moldagem do negócio acompanha o seu crescimento. Pela mesma lógica, o investimento deve acompanhar o volume de receitas do negócio, garantindo um investimento mais assertivo, aplicado a um negócio que cresce de acordo com o feedback dos seus clientes.
- Objetivos não mensuráveis
O plano de ação de um empreendedor tem que ser mensurável. Em todos os aspetos! Se o empreendedor pretender que, no próximo mês, a sua estratégia de comunicação incluirá um maior foco nas redes sociais para angariar seguidores, terá que quantificar esse objetivo: por exemplo (meramente ilustrativo) - “Angariar 100 seguidores no Facebook e 250 no Instagram, durante o mês de Dezembro de 2021. Para isso, será necessário publicar 3 posts semanais em cada uma das redes, com 50 e 75 visualizações respetivamente. 20% desses posts serão relativos à equipa, 50% storytelling dos produtos e 30% de testemunhos de clientes“. Só assim o empreendedor conseguirá medir os seus resultados após o dia 31 de Dezembro. Os objetivos foram atingidos? As ações propostas foram cumpridas? Quantas visualizações tiveram as publicações? Quais os tipos de post com mais sucesso? Que ações devem ser mantidas para a próxima campanha, e quais devem ser eliminadas?
- Desvalorizar o custo do trabalho e/ ou o preço do produto/ serviço
Nem toda a gente é o nosso cliente. Pelo que é perfeitamente normal para o empreendedor enfrentar a rejeição e o “não” consecutivamente quando tenta vender o seu produto ou serviço. É muito importante que o empreendedor seja resiliente, que não desmotive nestas situações e que não relativize o valor do seu trabalho. Quando não se consegue vender, é tentador reduzir o preço de venda do nosso produto ou serviço, por vezes reduzindo-o a zero. Se não for o próprio empreendedor a valorizar o seu trabalho, porque haverão outros de o fazer? Se não se consegue vender, pode-se analisar se a estratégia de preço é a mais indicada, mas na maioria dos casos a solução passa por ouvir os (potenciais) clientes (O que o fará comprar o produto?), conhecê-los (Quem é que precisa deste produto? Qual o melhor momento do dia e qual o melhor canal para abordá-lo? E para divulgar?) e redirecionar o plano de ação de acordo com as respostas obtidas.
Adicionalmente, o empreendedor não se deve esquecer que o tempo que investe a trabalhar é igualmente um custo - que tem que ser valorizado e contabilizado no preço final apresentado ao cliente.
- Misturar gastos pessoais com profissionais
É perfeitamente normal o empreendedor trabalhar em casa numa fase inicial - seja ao cozinhar as suas marmitas saudáveis na cozinha, a utilizar o computador do escritório ou a restaurar móveis no canto da sala. A Impulso é a favor desta ginástica, mas é fundamental não esquecer que todos os recursos utilizados têm que ser contabilizados no cálculo do preço do produto - incluindo a percentagem de eletricidade, água, ..., e até mesmo dos materiais existentes em casa e que são utilizados para a produção.
- Ter amigos e/ ou familiares que não conheçam o negócio
A partir do momento em que a jornada do empreendedorismo é iniciada, toda a rede de contactos do empreendedor tem que saber exatamente o que este faz, porquê, onde e quando. Caso contrário, não se é um bom vendedor do negócio. A rede de contactos do empreendedor não só deve ser a primeira a ser utilizada, como deve referenciar potenciais clientes para novas abordagens. A cronologia e prioridade dos contactos a realizar deve seguir um plano de ação devidamente estruturado.
- Não pensar em como chegar a novos clientes
Costuma-se dizer que a profissão de um Comercial (um vendedor) não é vender, mas sim saber ouvir um “Não” - a uma venda precedem muitas rejeições. Na mesma lógica do erro, uma rejeição também é uma oportunidade de aprendizagem - de aperfeiçoamento da técnica de abordagem, do pitch ou do fit do produto/ serviço com o cliente. A abordagem é uma fase essencial da pré-venda - e inclui obrigatoriamente um número maior de abordagens a realizar do que as vendas efetivas.
Ah, e não há como escapar! Um empreendedor tem que estar presente (e ser dinâmico) em todos canais onde estão os seus clientes - incluindo o Instagram, LinkedIn ou Facebook.
- Empreender sozinho
Se é empreendedor, por certo compreende o porquê do empreendedorismo ser uma jornada solitária - desafios, decisões, dúvidas, horários desajustados, …, tudo isto desempenhado por uma só pessoa pode ser cansativo e incompreendido. É por isso que a Impulso centraliza o seu valor numa Comunidade de empreendedores, constituída por mais de 800 pequenos negócios. A mais valia está na partilha de experiências que, tal como este artigo, tem como objetivo agilizar a aprendizagem, saltar passos e evitar o erro. A colaboração conjunta (realização de parcerias) é outra mais valia. Não esquecer que o empreendedor deve manter as suas relações ativas - nunca se sabe quando poderão ser novamente relevantes.
Queres juntar-te à nossa Comunidade, de referência no território nacional? Envia um email à nossa Gestora de Comunidade (barbara.coimbra@impulso.site)!
Empreender é desafiante, e é acima de tudo uma aprendizagem. Mas lembra-te que não estás sozinho/a nesta jornada e, na Impulso, existimos para te apoiar.